sexta-feira, 27 de abril de 2012

Poesia ...e ela existe: num fim de tarde, entre um momento e outro, quando menos se espera quando a nostalgia ataca e uma pessoa se defende a poesia nasce aí a poesia nasce de quase nada é fumo, é perfume é pensamento com asas Espronceda
Verdadeira cultura para o povoléu; este poema vai contra as mulheres; elas que me perdoem e que se veja de um ponto de vista artístico; é poesia e portuguesa nossa: Contra as Mulheres Esforça meu coração, nom te mates, se quiseres: lembre-te que sam molheres. Lembre-te qu’é por nacer nenhuma que naão errasse; lembre-te que seu prazer, por bondade e merecer, nam vi quem dele gostasse. Pois nam te dês a paixao, toma prazer, se puderes lembre-te que sam molheres. Descansa, triste, descansa, que seus males sam vinganças; tuas lágrimas amansa, leix’ as suas esperanças; ca, pois nacem sem rezam, nunca por ela lh’ esperes; lembre-te que sam molheres. Tuas mui grandes firmezas, tuas grandes perdições, suas desleais nações causaram tuas tristezas, Pois nam te mates em vão, que, quanto mais as quiseres, verás que sam as molheres. Que te presta padecer, que t’ aproveita chorar, nunc’ outras ham de ser, am nunca de mudar? Deixa-as com sua naçam, seu bem nunca lho esperes: lembre-te que sam molheres. Nam te mates cruamente por quem fêz tam grande errada, que quem de si nam sente, por ti nam lhe dará nada. Vive, lançando pregão por u (onde) fores e vieres que sam molheres, molheres! Jorge de Aguiar, século XV
Estive na orla Estive ao mar Fui cedendo o espaço Como ser a inventar Na rocha do precipício Fiquei com vontade de me atirar De súbito e sem saber Houve asas sobre o mar
Já os dias são longos e o riso se torna liberdade fui descendo à praia fugindo à própria saudade
Estou tão certo da minha certeza Que sem necessidade venho a tê-la Desci de mim fronteiro ao ideal Nas horas constantes buscando Há mais do vês, há até o que anseias A porta da verdade fechei-a plenamente